Nestes meus 16 anos de contato
com o Yoga, quase dois deles como professora, continuo conhecendo e aprendendo mais
sobre as diversas modalidades de prática.
Neste último final de semana,
senti na pele, como nunca tinha sentido antes, o que é a prática de Ashtanga, série I. É
muito incrível o que os praticantes fazem! Eu não consegui fazer a série toda,
mas fiz mais que a metade, e o suficiente pra sentir seus profundos e sutis
efeitos.
Como a maioria das práticas, o
Ashtanga surgiu do Hatha e se não tiver sido totalmente criado, foi muito aprimorado e
difundido por Pattabi Jois, o guruji dos praticantes dessa modalidade.
Possui séries fixas em diferentes
níveis. Sua prática visa progressivamente desenvolver a plena sincronização dos
movimentos com a respiração, e sua execução sem interrupções, sendo a ordem dos movimentos de um significado especial e profundo para o corpo. Por exemplo: uma mesma articulação alongada em diferentes sentidos, ou ainda movimentos diferentes que estimulem o bom funcionamento de um determinado órgão. E tudo isso num passo a passo rigoroso que tem como destino final a libertação, a paz plena.
Alguns consideram o Ashtanga como uma prática "austera" pelo excesso de rigor. É tipo
assim: depois primeira inspiração no Surya A, só pare exalando em Savasana. Em
média, uma hora e meia depois. Sim, uma hora e meia, sem o aquecimento inicial! E esse seu requisito pra ir pra série II.
E é aí que entra a pergunta título:
a busca pelo alinhamento atrapalha o fluxo contínuo dos movimentos?
E a resposta é: SIM, CLARO!
Num caso como o de Ashtanga, o praticante precisa ter uma familiaridade muito grande com as posturas, senão é muito grande o risco de se machucar se quiser acompanhar o flow-fluxo que a prática exige.
Num caso como o de Ashtanga, o praticante precisa ter uma familiaridade muito grande com as posturas, senão é muito grande o risco de se machucar se quiser acompanhar o flow-fluxo que a prática exige.
Contudo, queridos alunos, aqui, somos todos iniciantes.
Estou começando aqui em Itararé. Vocês estão começando. Já há alunos exemplares que me enchem de alegria e entusiasmo, mas estamos começando!
TODAS as posturas de yoga exigem
um alinhamento correto, dos pés à cabeça. Esse alinhamento muitas vezes é
natural e fácil, outras vezes não. É preciso tempo para chegar lá, para
aprender a distribuir o peso pelo corpo, trabalhando toda musculatura e
protegendo todas as articulações.
Daí entra a profe chata aqui. “Mais
pra cá! Menos! Aqui, aqui...mantém, contrai os bandhas...” Por favor, eu peço que se eu exagerar nas correções e acabar atrapalhando vocês, me avisem! Cada um é cada um, tem gente que gosta mais, outros menos...conto com vocês!
Muitos de vocês sabem meu
profundo interesse pelo método Iyengar! Diferente do Ashtanga em relação ao fluxo-flow
da sequência, já que paramos o tempo todo para corrigir as posturas, visto que se busca o alinhamento "perfeito" e essa perfeição é diferente para cada corpo. Mas, claro que também busca desenvolver uma prática fluída dos movimentos, o que acontecerá naturalmente, após o corpo se habituar às poses e puder fazê-las sem o foco exclusivo no alinhamento.
Acho incrível o passo a passo,
acho fundamental o sentir cada postura-ásana em sua plenitude, com todas as células
do corpo focadas no objetivo final, mas principalmente nas percepções sutis.
Mas também, acho mágico o
fluxo-flow do Suryanamaskar, executado e respirado com coordenação-vinyasa. E
isso eu já passo pra vocês! “Inspire-eleve os braços, exale-solte o tronco à
frente, inspire-eleve só a cabeça, abrindo o peito, etc.” E não esqueçam o
susurro! A respiração ujjayi.
Conclusão: a de sempre! Tempo,
dedicação, paciência, persistência e MUITO amor! Para todos nós!
E, por enquanto, vamos continuar praticando a base da prática com um Hatha Vinyasa bem delícia e com o passar do tempo, vocês também terão suas próprias experiências com as diferentes e mais específicas modalidades.
E, por enquanto, vamos continuar praticando a base da prática com um Hatha Vinyasa bem delícia e com o passar do tempo, vocês também terão suas próprias experiências com as diferentes e mais específicas modalidades.
Namastê