domingo, 26 de outubro de 2014

7 passos para amar seu corpo.

Tradução livre do texto: Sevens steps to loving your body, disponível em http://yogainternational.com/article/view/seven-steps-to-loving-your-body

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CORPO, CADA UM TEM O SEU

De acordo com a ciência yóguica, nossos corpos são preciosas dádivas que nos permitem sentir e criar nosso mundo. Esses veículos são importantes instrumentos na jornada de transformação e realização.
Ao invés de honrar e respeitar a dádiva que é nosso corpo, muitos de nós aprende a detestá-lo. Odiamos nossas barrigas, coxas, seios, braços e outras características, entramos em dietas malucas, exercícios de forma obsessiva, e até mesmo em arriscados procedimentos cirúrgicos. Insconscientemente a gente acredita que lutando para alcançar um padrão de beleza x, estare mos mais perto do sucesso, amor, aceitação.
O custo é alto. Atenção, energia e dinheiro, que poderiam financiar nossas paixões e propósitos são sacrificadas para que a gente fique contando as calorias, perseguindo produtos de redução de peso, tudo o que nos leva a pensamentos seguidos de auto abuso. Essas dietas esquisitas (a maioria delas) formadas de comidas de baixa caloria, baixo teor de gordura, processados em geral sugam nossa a energia do nosso corpo, e afeta mente e espírito. Nos tornamos desconectados de sentimentos de prazer e da habilidade de expressar satisfação, e ao contrário disso, experimenta sensações de vergonha, desconforto e insegurança.
A CAUSA
Já que sentir-se culpado ou fazer-se de vítima pode acabar com nosso poder e senso de responsabilidade, devemos analisar a situação observando muito nosso ambiente.
Propagandas são um negócio de 250 bilhões de dólares. A maioria dos americanos vê 3 mil delas todos os dias. Elas estão nas escolas, prédios, ônibus, carros, elevadores, emails, mídia, smartphones, e mais. A maioria das pessoas dizem que não se influenciam pelas propagandas e também, o editor da Advertising Age relata que apenas 8 % das propagandas são recebidas pelo consciente. As mensagens são mandadas direto para o subconsciente, ativando tendências latentes e reforçando a crença de que nós somos feios. Eles dizem que não somos sexies, magros, jovens, bonitos ou ricos o suficiente e que para sermos felizes, precisamos ser diferentes.
Essas mensagens nos trazem um luxo extremos em fotos photoshopadas.Os poros são diminuídos, as pernas aumentadas, excessos reduzidos e fotos que juntam partes de uma mulher com outra criando uma imagem absolutamente irreal e exagerada. Essas imagens vistas milhares de vezes por dia, criam em nosso cérebro um comando de influencia nossos pensamentos, palavras, ações, hábitos e crenças sobre quem o como atingir aquilo que nos “deveríamos” ser.
YOGA E AUTOIMAGEM
A prática de yoga nos ajuda a enxergar e ter mais controle sobre nossas crenças inconscientes, nos ajuda a resistir à força das propagandas. Na própria yoga! Faz-se cada vez mais propagandas destrutivas sobre a prática de yoga: pessoas excessivamente magras, mulheres provocantes, homens fortes e poderesos são mostrados em posturas ultra avançadas.
Hoje, yoga é equiparada a essas imagens, vendendo tudo desde revista, aulas, produtos, professores. Como resultados, novos alunos podem se sentir intimidados. Professores que tem uma grande sabedoria sobre o Yoga se sentem inseguros de compartilhar o que sabem porque não conseguem fazer uma invertida no meio da sala. Outros, pegos pela propaganda de odiar o próprio corpo, usam exercício físico (puro), medo de engordar como motivação para a aula.Não percebemos que ao buscar apenas melhorar um ásana querendo aquela perfeição das propagandas, deixamos escapar os mais profundos ensinamentos da prática, e comprometemos nossa saúde.
SAÚDE E IMAGEM DO CORPO
Apenas poucas mulheres tem o corpo idealizado tanto pela indústria do yoga como outras propagandas. Para obter essa imagem – alta, esguia, com quadris estreitos e fartos seios – muitas desenvolvem distúrbios alimentares. Dietas restritas, binge eating, compulsão por exercícios, bulimia e anorexia, todas as formas de desordens que atingem mulheres de todas as idades. Até os casos mais fracos de distúrbios alimentarem resultam em má nutrição o que atrapalha nossa capacidade de pensar e discernir, rouba nossa energia e força vital e desequilibra funções cerebrais e hormonais, entre outros problemas.
Outra forma utilizada para se obter esse corpo idealizado é a cirurgia. Sempre dolorosa, e as vezes perigosa, cirurgias estéticas cresceram drasticamente – mais de 450% desde 1997.
Além da questão física, o apelo por beleza resulta em danos psíquicos como baixa autoestima, depressão, sensação de estar preso a uma figura desajustada em sua própria vida.
ENTRANDO NA PRÁTICA
Como uma yoguini e bulímica em recuperação que vomitava 20 vezes por dias, todos os dias, por mais de 18 anos, eu encontrei muitas posturas básicas importantes para desfazer a desordem mental que me fazia odiar meu próprio corpo. Bem no início da prática, técnicas avançadas como tapas (sense training), brahmacharya (controle de energia) e abhyasa (applying effort) apenas acrescentava vergonha e culpa pela desordem que eu aparentemente nunca superaria. Mas essas estratégias tornaram-se importantes ferramentas anos mais tarde, depois de eu adquirir mais firmeza e começar a amar meu corpo novamente.

(continua)

sábado, 28 de junho de 2014

Autocontrole e autoconhecimento - Parte 1


Algumas perguntas e respostas.

 O que é Yoga?

Yoga, em resumo, é viver em paz consigo próprio, mantendo mente, corpo e alma em harmonia. Sem ser escravo da mente, nem displicente do corpo ou da alma. Todo nosso comportamento deve ser observado e cuidado por nós mesmos. Essa é a explicação resumida da, digamos, filosofia do Yoga. Na prática ela é um sistema de exercícios físicos e respiratórios, técnicas de meditação e relaxamento.

 Yoga é religião?

Não, não é. Sua referência no mundo é a Índia, e isso faz as pessoas pensarem tratar-se de Hinduísmo, ou Budismo. Mas não é. É parte integrante de escritos e ensinamentos muito antigos chamados Vedas.
 


Quem faz yoga come carne? 

Pode comer, mas pra quem pretender deixar de comer, a prática ajuda bastante a fazer essa mudança no seu tempo, de uma forma tranqüila. Professor Hermógenes diz: a natureza não dá saltos, mude aos poucos. Isso funciona também para qualquer outro hábito que se deseje abandonar ou diminuir (cigarro, álcool, comida ou preguiça em excesso, doces, etc).
 


Yoga não é muito parado? 

Existem diversas modalidades de Yoga, atualmente. Algumas mais suaves que as outras. Eu transmito o chamado Hatha Yoga, e entre uma postura e outra, fazemos algumas sequencias de movimentos combinados  com a respiração, o que é chamado de Vinyasa. Normalmente minhas aulas são puxadas. A primeira modalidade que eu pratiquei pra valer é chamada de Power Yoga, são os ásanas – posturas do Hatha Yoga só que feitos num ritmo mais intenso, e mais rápido. Talvez por isso, minha tendência seja uma aula que exija um pouco mais da pessoa que está bem para aquilo. E sempre que possível, prefiro adaptar a prática de acordo com o estado da pessoa aquele dia. Nem sempre o aluno ta disposto a uma aula puxada e o Yoga sempre estará disposto a ajudar, mesmo que você apenas pare e respire.
 


Como são os exercícios de respiração? 

Alguns são realizados durante a prática, combinados com os movimentos e outros são feitos em postura de meditação.


 Minha mãe/tia/vó disse que não pode meditar, porque quando você medita o mal penetra. Isso procede?

Não mesmo. O mal já mora dentro da gente, assim como o bem. O que talvez tenha gerado esse receio entre algumas vertentes religiosas, seja o fato de que esse mal às vezes pode aflorar durante a meditação, e assustar. Uma pena se isso ocorre, já que a melhor forma de se combater o inimigo (nesse caso, nossas próprias sombras) é encarando-o, conhecendo-o. Mas isso é uma mera opinião. Seja como for, a meditação nos volta para dentro, e  como não somos atingidos por nada externo e estranho a nós, não devemos ter medo. Nossa mudança depende dessa coragem de nos enxergar como somos, cada vez mais.  

 
O que é meditação?

Diferente do que se diz, meditação não é ausência de pensamento. É sim uma freqüência mental mais lenta, menos pensamentos e mais contemplação e por fim a presença apenas. Nos tornamos observadores da própria mente e não nos deixamos ser tirados do tempo presente pelos pensamentos. Estamos ali, respirando. Mesmo a respiração, numa meditação profunda, fica muitíssimo mais lenta, e não deve ser por nós controlada.
 


Eu não vou conseguir fazer, sou muito elétrico(a)/duro(a)/ansioso.

Pode ser que você tenha dificuldade, e não goste. Mas se não experimentar, não vai saber. E se não conseguir, não há problema algum, acontece. E um dia quem sabe, você tente de novo e dê certo. Eu não gostei nenhum pouco da minha primeira aula, que foi só de respiração e mantras. Hoje em dia adoro fazer esse tipo de aula como aluna, muito embora não a dê.
 


O que são mantras?

Mantras são entoações, normalmente enaltecendo a sabedoria, paz, harmonia, prosperidade, etc. A língua falada é sânscrito.
 


O que é o Om? 

Om é uma entoação que representa o todo, a união, o que sempre existiu e sempre existirá. Gosto de repetir um ensinamento que diz ser o som do sopro de Deus que se propagou para a eternidade quando Ele criou o Universo. Em sânscrito formado pelas letras A-U-M. É entoado no começo da aula, após um aquietamento. Sua vibração provoca uma gostosa sensação sobre nosso corpo.
 


Há contraindicações para a prática? 

Sim, há contraindicações de algumas práticas, para algumas pessoas. O aluno sempre deve passar por uma análise por parte do professor, para que este tome os devidos cuidados.
 


segunda-feira, 9 de junho de 2014

O sutil precede o denso.

No meu curso de formação, uma das minhas professoras sempre repetia essa frase.
Não é o tipo de frase que a gente compreende de primeira...é preciso um pouco de reflexão.
Também não é uma frase fechada, direta. É uma idéia que tem seus desdobramentos.
Sutil nos remete ao que é suave, pacífico, pouco palpável. Já o denso é o pesado, a matéria, o palpável.
Pensemos então em nossos pensamentos como o “sutil” da frase, e o nosso corpo como o “denso”.
Nem sempre temos pensamentos suaves, pacíficos. Na realidade, no dia a dia, em casa, no trabalho, no trânsito, no banco, normalmente o que mais nos invade são os pensamentos raivosos, impacientes ou intolerantes. Obviamente que há dias piores que outros.
Mas e daí, o que tudo isso tem a ver com o corpo? Tudo, simplesmente. Sentimentos tornam-se reações físicas quase que instantaneamente. Ouço muito alunos que reclamam de aperto no peito, ou frio na boca do estômago. Normalmente essas pessoas sofrem de ansiedade e estresse.
Desdobrando a frase com essa idéia: Pensamentos e sentimentos precedem, surgem antes das reações físicas.
A prática de yoga por nos colocar no presente momento, por nos fornecer capacidade de controlar nossa respiração e consequentemente nossa ansiedade, é uma poderosa ferramenta para que possamos neutralizar algo negativo que nos aconteça num aspecto sutil, antes que ele se converta no denso.
O yoga nos estimula 100% a desenvolver o autocontrole e o autoconhecimento. Identificamos mais facilmente algum comportamento destrutivo, ficamos mais atentos e nos controlamos, para não sermos controlados por sentimentos ou pensamentos que nada nos acrescentem e que sim, nos desnorteiem.
E como já diz um excelente ditado:

“Quem vence os outros é forte, mas quem vence a si mesmo é invencível.”

Reprodução, internet.