quarta-feira, 23 de março de 2016

O que fazer em tempos de crise?



Esses dias eu fui a um casamento super chique de uma amiga muito querida.
Eu usei a mesma roupa e acessórios pela terceira vez! Pensei: poxa vida, se não fossem as redes sociais, ninguém perceberia!

Se não fossem as redes sociais também nenhum aluno ou professor perceberiam como eu sou irada em relação à política! 

Como eu milito e esbravejo! 

Um dos objetivos principais do yoga, descrito por Patanjali, o chitta vritti nirodhah  significa cessar as flutuações da mente e entrar em contato com nossa verdadeira natureza. 

Com toda essa crise política movimentando uma quantidade enorme de energia e informações, nossas mentes estão mais suscetíveis do que nunca às flutuações.

Não vivemos numa sociedade ideal, onde a compaixão dita as regras de toda nossa estruturação e convivência, onde a maioria de nós possa deixar todos os conflitos de lado porque, afinal, tudo é passageiro e a vida deve ser experimentada na sua forma mais sutil...embora isso seja verdade, vivemos num país que está passando por uma de suas piores crises!

Como não se envolver? Ou como se envolver?

Bom, esperar que todas as pessoas se informem e tentem entender tudo o que está acontecendo é demais...podemos apenas observar o dia a dia, a economia,  a segurança, o desemprego, a saúde, a educação. Não estamos indo bem. Também já não há dúvidas quanto ao caráter e às péssimas intenções dos líderes do PT, inclusive da nossa presidente, como podemos constatar saindo da boca deles mesmos, sem intervenção de nenhuma mídia. Para esse conhecimento - sabermos quem eles são de fato - a legalidade é irrelevante. Quem virá no lugar deles importa, mas não implica em não tirá-los de lá. 

Você é mais zen, paz e amor? Reze.

Você tem dúvidas e está inquieto? Se informe.

Você percebeu que esteve equivocado durante muito tempo? Reconheça em paz, você é 
livre! Sê leal a si próprio!

Você está irado? Controle-se e reze.

E quero esclarecer que quando digo rezar, não me refiro a nenhuma religião em específico, e até mesmo a prática de yoga está inserida!

Porque a prática de yoga pode sim ser uma linda oração!

Possuímos aquela verdadeira natureza que nos une, que nos converte todos em Um só, mas somos diferentes!

Cada um sabe onde seu próprio calo aperta, e a prática de yoga nos permite experimentar sensações de autocontrole, paz, determinação, dentre outras, e essas sensações são registradas! Num momento de crise, nos lembramos que somos capazes de nos acalmar e de direcionar nossa energia para enfrentar tudo aquilo que nos desafia de uma maneira mais sábia e consciente.

Dessa forma nos desgastamos menos. Por menos tempo. Com menos intensidade.

É exatamente isso que eu sinto comigo, com toda a agitação em mim, que atingiu o auge nesses dias, minha respiração se mantém, e quando preciso esquecer de tudo isso durante as aulas, consigo.  

Como se diz por aí: se eu posso te receitar um remédio para todos os males, meu amigo, te receito Yoga!


quinta-feira, 5 de novembro de 2015

108 saudações ao Sol



Hoje eu realizei 108 repetições do suryanamaskar.

Esses tempos uma aluna minha contou que tinha feito esse desafio.

Isso certamente foi um estímulo! Afinal, já é metade da minha vida praticando yoga, estava na hora.

Eu tenho esse problema com planejamento. Ano passado até quis seguir um roteiro para realizar as 108 repetições, não segui e não cheguei nem a tentar.

Também não é raro eu me perder na contagem dos 5 suryas A e 5 suryas B, em algumas aulas de astanga. Como faria pra contar 108?  Pensava.

Com calculadora na mão encontrei os números 12 e 9. 12 séries de 9 repetições chegaria a 108.

Assim ficaria mais fácil.

Hoje foi o dia! Sem planejar. Fui até a escola 6h45 para uma aula individual às 7h. Uma aluna que não costuma se atrasar. 7h05 já sabia que ela não viria (depois fiquei sabendo que ela foi, mas não conseguiu abrir o portão...isso é outra história).

Sem pensar muito peguei um papel e desenhei doze bolas. Puxei meu mat para o meio da sala e comecei. A cada nove repetições, uma bola era riscada.

Ao completar a terceira bola parei por alguns segundos, para abrir a porta (estava esquentando) e para fazer xixi.

Voltei ao mat e continuei. A contagem deu muito certo, a não ser um momento que ouvi um barulho muito forte no vizinho, não tive dúvidas sobre ela.

A cada execução o número em que estava era repetido durante a respiração: inspira 1, exala 1, inspira 1, exala 1, ao chegar no cachorro contava as cinco respirações com o alfabeto (a,b,c,d,e).

A certa altura meus punhos começaram a doer. Passei a me concentrar mais nos músculos a cada chaturanga, urdhva mukka e adho mukka. Deu certo de novo.

Suava. Muito. O tapetinho começou a “esfarelar”, meus pés ficaram manchados!  Pensei que não completaria as 108 repetições por, talvez, duas vezes. Mas segui. Comprometida com o Tapas, um dos Niyamas do Yoga que se relaciona a auto-disciplina e determinação. 

Todas as vezes que me levanto as 5h30, para dar aula às 7h, estou cultivando tapas. Meu objetivo é claro e meu esforço não é exagerado.

E assim segui, me surpreendendo comigo mesma, porque o esforço realmente não estava sendo exagerado, porque a cada parada no adhomukka eu me voltava ao essencial do porque estar fazendo aquilo com minha mente, meu corpo e minha alma conectados.

Tinha outra aula às 8h30. O celular estava desligado e não via as horas. De uma maneira incrível, exatamente, exatamente mesmo depois da 108º repetição e após a entoação  do Om por uma vez e três entoações do Sri Ganesha mantra, ouvi o portão se abrindo.

Não tive tempo de fazer o savasana, mas ao me sentar para iniciar a aula, meu corpo estava incrivelmente leve, minha voz clara e transparente.  

Muitas vezes, em diversas situações, a gente se acomoda. Se satisfaz e pára de buscar ser melhor para si mesmo, para os outros. Se não são os chacoalhões de vez em quando, corremos o risco de passar nosso tempo e nossa vida de uma maneira....morna.

Desafios estimulam, fazem novas idéias e resoluções surgirem em nosso coração.

E a entrega a um desafio muitas vezes nos traz esclarecimento, mais coragem e determinação para enfrentar alguma mudança, alguma decepção.

Mesmo sem saber o que fazer, mesmo conectados com a sábia orientação de “entregar, confiar, aceitar e agradecer”, ficar totalmente parado pode não ajudar.

E talvez por isso, juntando uma decepção, um não saber o que fazer, com a necessidade de não ficar parada que meu ser, mais forte que eu, me guiou e foi. Me levando a completar esse desafio.

108 é um número considerado místico para alumas religiões e tradições ou apenas curioso por diversas razões matemáticas, físicas e metafísicas.

As explanações são diversas e muito interessantes mas, francamente, para mim, o grande “barato” está em repetir junto com várias outras pessoas ao redor do mundo o mesmo desafio, a mesma tradição.

Querendo saber mais é só digitar no google: significado 108. Aparecerão uma infinidade de textos!

Namastê



terça-feira, 31 de março de 2015

Formação em Vinyasa Yoga



Já comentei em alguma postagem que iniciei minha jornada no Yoga aos 18 anos. Me lembro, inclusive, de ter contado que quem me inspirou para a prática naquela época foi a Madonna!

Na verdade minha vida era muito boa aos 18! E meu único objetivo era ficar "sarada". Mas esse primeiro e superficial interesse acabou me conduzindo para uma maior profundidade na prática de Yoga o que foi, e ainda é, um grande bálsamo para todas as feridas que a vida me trouxe.

Não importa o que te leva a praticar, o importante é começar! Tive uma professora que costumava dizer: ninguém procura Yoga porque está bem! E há muita verdade nessa afirmação. 

Porque a prática, seja ela motivada por qualquer circunstância, é da pele pra dentro! Aprendemos a controlar, contemplar e aceitar nossos confusos sentimentos.

Mas esse post não é sobre isso!

Com muita alegria compartilho que finalizei uma nova formação de 200h. Em uma modalidade que enfoca o fluxo contínuo de intensos movimentos combinados com a respiração. Uma delícia! 

A formação correspondeu em 100% minha expectativa.

A foto acima é da cerimônia de encerramento!

Meu objetivo agora e cada vez mais é compartilhar todo o conhecimento adquirido desde o início da minha prática até esse último mês de intensidade e imersão!

Aguardo vocês!

Namastê

domingo, 26 de outubro de 2014

7 passos para amar seu corpo.

Tradução livre do texto: Sevens steps to loving your body, disponível em http://yogainternational.com/article/view/seven-steps-to-loving-your-body

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CORPO, CADA UM TEM O SEU

De acordo com a ciência yóguica, nossos corpos são preciosas dádivas que nos permitem sentir e criar nosso mundo. Esses veículos são importantes instrumentos na jornada de transformação e realização.
Ao invés de honrar e respeitar a dádiva que é nosso corpo, muitos de nós aprende a detestá-lo. Odiamos nossas barrigas, coxas, seios, braços e outras características, entramos em dietas malucas, exercícios de forma obsessiva, e até mesmo em arriscados procedimentos cirúrgicos. Insconscientemente a gente acredita que lutando para alcançar um padrão de beleza x, estare mos mais perto do sucesso, amor, aceitação.
O custo é alto. Atenção, energia e dinheiro, que poderiam financiar nossas paixões e propósitos são sacrificadas para que a gente fique contando as calorias, perseguindo produtos de redução de peso, tudo o que nos leva a pensamentos seguidos de auto abuso. Essas dietas esquisitas (a maioria delas) formadas de comidas de baixa caloria, baixo teor de gordura, processados em geral sugam nossa a energia do nosso corpo, e afeta mente e espírito. Nos tornamos desconectados de sentimentos de prazer e da habilidade de expressar satisfação, e ao contrário disso, experimenta sensações de vergonha, desconforto e insegurança.
A CAUSA
Já que sentir-se culpado ou fazer-se de vítima pode acabar com nosso poder e senso de responsabilidade, devemos analisar a situação observando muito nosso ambiente.
Propagandas são um negócio de 250 bilhões de dólares. A maioria dos americanos vê 3 mil delas todos os dias. Elas estão nas escolas, prédios, ônibus, carros, elevadores, emails, mídia, smartphones, e mais. A maioria das pessoas dizem que não se influenciam pelas propagandas e também, o editor da Advertising Age relata que apenas 8 % das propagandas são recebidas pelo consciente. As mensagens são mandadas direto para o subconsciente, ativando tendências latentes e reforçando a crença de que nós somos feios. Eles dizem que não somos sexies, magros, jovens, bonitos ou ricos o suficiente e que para sermos felizes, precisamos ser diferentes.
Essas mensagens nos trazem um luxo extremos em fotos photoshopadas.Os poros são diminuídos, as pernas aumentadas, excessos reduzidos e fotos que juntam partes de uma mulher com outra criando uma imagem absolutamente irreal e exagerada. Essas imagens vistas milhares de vezes por dia, criam em nosso cérebro um comando de influencia nossos pensamentos, palavras, ações, hábitos e crenças sobre quem o como atingir aquilo que nos “deveríamos” ser.
YOGA E AUTOIMAGEM
A prática de yoga nos ajuda a enxergar e ter mais controle sobre nossas crenças inconscientes, nos ajuda a resistir à força das propagandas. Na própria yoga! Faz-se cada vez mais propagandas destrutivas sobre a prática de yoga: pessoas excessivamente magras, mulheres provocantes, homens fortes e poderesos são mostrados em posturas ultra avançadas.
Hoje, yoga é equiparada a essas imagens, vendendo tudo desde revista, aulas, produtos, professores. Como resultados, novos alunos podem se sentir intimidados. Professores que tem uma grande sabedoria sobre o Yoga se sentem inseguros de compartilhar o que sabem porque não conseguem fazer uma invertida no meio da sala. Outros, pegos pela propaganda de odiar o próprio corpo, usam exercício físico (puro), medo de engordar como motivação para a aula.Não percebemos que ao buscar apenas melhorar um ásana querendo aquela perfeição das propagandas, deixamos escapar os mais profundos ensinamentos da prática, e comprometemos nossa saúde.
SAÚDE E IMAGEM DO CORPO
Apenas poucas mulheres tem o corpo idealizado tanto pela indústria do yoga como outras propagandas. Para obter essa imagem – alta, esguia, com quadris estreitos e fartos seios – muitas desenvolvem distúrbios alimentares. Dietas restritas, binge eating, compulsão por exercícios, bulimia e anorexia, todas as formas de desordens que atingem mulheres de todas as idades. Até os casos mais fracos de distúrbios alimentarem resultam em má nutrição o que atrapalha nossa capacidade de pensar e discernir, rouba nossa energia e força vital e desequilibra funções cerebrais e hormonais, entre outros problemas.
Outra forma utilizada para se obter esse corpo idealizado é a cirurgia. Sempre dolorosa, e as vezes perigosa, cirurgias estéticas cresceram drasticamente – mais de 450% desde 1997.
Além da questão física, o apelo por beleza resulta em danos psíquicos como baixa autoestima, depressão, sensação de estar preso a uma figura desajustada em sua própria vida.
ENTRANDO NA PRÁTICA
Como uma yoguini e bulímica em recuperação que vomitava 20 vezes por dias, todos os dias, por mais de 18 anos, eu encontrei muitas posturas básicas importantes para desfazer a desordem mental que me fazia odiar meu próprio corpo. Bem no início da prática, técnicas avançadas como tapas (sense training), brahmacharya (controle de energia) e abhyasa (applying effort) apenas acrescentava vergonha e culpa pela desordem que eu aparentemente nunca superaria. Mas essas estratégias tornaram-se importantes ferramentas anos mais tarde, depois de eu adquirir mais firmeza e começar a amar meu corpo novamente.

(continua)

sábado, 28 de junho de 2014

Autocontrole e autoconhecimento - Parte 1


Algumas perguntas e respostas.

 O que é Yoga?

Yoga, em resumo, é viver em paz consigo próprio, mantendo mente, corpo e alma em harmonia. Sem ser escravo da mente, nem displicente do corpo ou da alma. Todo nosso comportamento deve ser observado e cuidado por nós mesmos. Essa é a explicação resumida da, digamos, filosofia do Yoga. Na prática ela é um sistema de exercícios físicos e respiratórios, técnicas de meditação e relaxamento.

 Yoga é religião?

Não, não é. Sua referência no mundo é a Índia, e isso faz as pessoas pensarem tratar-se de Hinduísmo, ou Budismo. Mas não é. É parte integrante de escritos e ensinamentos muito antigos chamados Vedas.
 


Quem faz yoga come carne? 

Pode comer, mas pra quem pretender deixar de comer, a prática ajuda bastante a fazer essa mudança no seu tempo, de uma forma tranqüila. Professor Hermógenes diz: a natureza não dá saltos, mude aos poucos. Isso funciona também para qualquer outro hábito que se deseje abandonar ou diminuir (cigarro, álcool, comida ou preguiça em excesso, doces, etc).
 


Yoga não é muito parado? 

Existem diversas modalidades de Yoga, atualmente. Algumas mais suaves que as outras. Eu transmito o chamado Hatha Yoga, e entre uma postura e outra, fazemos algumas sequencias de movimentos combinados  com a respiração, o que é chamado de Vinyasa. Normalmente minhas aulas são puxadas. A primeira modalidade que eu pratiquei pra valer é chamada de Power Yoga, são os ásanas – posturas do Hatha Yoga só que feitos num ritmo mais intenso, e mais rápido. Talvez por isso, minha tendência seja uma aula que exija um pouco mais da pessoa que está bem para aquilo. E sempre que possível, prefiro adaptar a prática de acordo com o estado da pessoa aquele dia. Nem sempre o aluno ta disposto a uma aula puxada e o Yoga sempre estará disposto a ajudar, mesmo que você apenas pare e respire.
 


Como são os exercícios de respiração? 

Alguns são realizados durante a prática, combinados com os movimentos e outros são feitos em postura de meditação.


 Minha mãe/tia/vó disse que não pode meditar, porque quando você medita o mal penetra. Isso procede?

Não mesmo. O mal já mora dentro da gente, assim como o bem. O que talvez tenha gerado esse receio entre algumas vertentes religiosas, seja o fato de que esse mal às vezes pode aflorar durante a meditação, e assustar. Uma pena se isso ocorre, já que a melhor forma de se combater o inimigo (nesse caso, nossas próprias sombras) é encarando-o, conhecendo-o. Mas isso é uma mera opinião. Seja como for, a meditação nos volta para dentro, e  como não somos atingidos por nada externo e estranho a nós, não devemos ter medo. Nossa mudança depende dessa coragem de nos enxergar como somos, cada vez mais.  

 
O que é meditação?

Diferente do que se diz, meditação não é ausência de pensamento. É sim uma freqüência mental mais lenta, menos pensamentos e mais contemplação e por fim a presença apenas. Nos tornamos observadores da própria mente e não nos deixamos ser tirados do tempo presente pelos pensamentos. Estamos ali, respirando. Mesmo a respiração, numa meditação profunda, fica muitíssimo mais lenta, e não deve ser por nós controlada.
 


Eu não vou conseguir fazer, sou muito elétrico(a)/duro(a)/ansioso.

Pode ser que você tenha dificuldade, e não goste. Mas se não experimentar, não vai saber. E se não conseguir, não há problema algum, acontece. E um dia quem sabe, você tente de novo e dê certo. Eu não gostei nenhum pouco da minha primeira aula, que foi só de respiração e mantras. Hoje em dia adoro fazer esse tipo de aula como aluna, muito embora não a dê.
 


O que são mantras?

Mantras são entoações, normalmente enaltecendo a sabedoria, paz, harmonia, prosperidade, etc. A língua falada é sânscrito.
 


O que é o Om? 

Om é uma entoação que representa o todo, a união, o que sempre existiu e sempre existirá. Gosto de repetir um ensinamento que diz ser o som do sopro de Deus que se propagou para a eternidade quando Ele criou o Universo. Em sânscrito formado pelas letras A-U-M. É entoado no começo da aula, após um aquietamento. Sua vibração provoca uma gostosa sensação sobre nosso corpo.
 


Há contraindicações para a prática? 

Sim, há contraindicações de algumas práticas, para algumas pessoas. O aluno sempre deve passar por uma análise por parte do professor, para que este tome os devidos cuidados.
 


segunda-feira, 9 de junho de 2014

O sutil precede o denso.

No meu curso de formação, uma das minhas professoras sempre repetia essa frase.
Não é o tipo de frase que a gente compreende de primeira...é preciso um pouco de reflexão.
Também não é uma frase fechada, direta. É uma idéia que tem seus desdobramentos.
Sutil nos remete ao que é suave, pacífico, pouco palpável. Já o denso é o pesado, a matéria, o palpável.
Pensemos então em nossos pensamentos como o “sutil” da frase, e o nosso corpo como o “denso”.
Nem sempre temos pensamentos suaves, pacíficos. Na realidade, no dia a dia, em casa, no trabalho, no trânsito, no banco, normalmente o que mais nos invade são os pensamentos raivosos, impacientes ou intolerantes. Obviamente que há dias piores que outros.
Mas e daí, o que tudo isso tem a ver com o corpo? Tudo, simplesmente. Sentimentos tornam-se reações físicas quase que instantaneamente. Ouço muito alunos que reclamam de aperto no peito, ou frio na boca do estômago. Normalmente essas pessoas sofrem de ansiedade e estresse.
Desdobrando a frase com essa idéia: Pensamentos e sentimentos precedem, surgem antes das reações físicas.
A prática de yoga por nos colocar no presente momento, por nos fornecer capacidade de controlar nossa respiração e consequentemente nossa ansiedade, é uma poderosa ferramenta para que possamos neutralizar algo negativo que nos aconteça num aspecto sutil, antes que ele se converta no denso.
O yoga nos estimula 100% a desenvolver o autocontrole e o autoconhecimento. Identificamos mais facilmente algum comportamento destrutivo, ficamos mais atentos e nos controlamos, para não sermos controlados por sentimentos ou pensamentos que nada nos acrescentem e que sim, nos desnorteiem.
E como já diz um excelente ditado:

“Quem vence os outros é forte, mas quem vence a si mesmo é invencível.”

Reprodução, internet.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Yoga machuca sim!

Namastê, queridos.

Queria falar um pouco sobre os riscos de uma prática sem o devido preparo e a devida orientação.

Hoje em dia, com Facebook, Instagram, etc. a "exibição" passou a ser tentadora demais! Quase todos nós nos rendemos em alguns momentos.

Só que esses dias eu vi uma foto de uma pessoa realizando uma invertida sobre a cabeça de uma forma TOTALMENTE errada e, claro, perigosa!

Numa postura como essas, jamais o peso do corpo deve ficar sobre a cervical. Pensem, o peso todo do seu corpo sobre algumas poucas (e não feitas pra isso) vértebras!

A invertida sobre a cabeça é essa postura aqui,




e para ser feita corretamente deve apenas ter o "cabelo" tocando o solo, é assim que os professores gostam de dizer.

Precisamos ter a distância correta entre os cotovelos, manter os antebraços firmes contra o chão,  e toda a força deve estar concentrada na musculatura das costas, braços e core. Assim, buscamos não soltar absolutamente o peso do corpo sobre a cabeça. 

 Caso contrário, a compressão dessas vértebras pode provocar lesões, até mesmo hérnias, se houver repetição do erro.

E quem quer ter como resultado de um impulso de postar uma foto legal,  uma hérnia na cervical, que não tem cura? Acho que ninguém, né?

Então estejam atentos...

Digo com propriedade que yoga machuca porque eu já me machuquei. Isso aconteceu há quase três anos, durante minha formação.

E sabe o que me moveu ao ponto de me machucar? Meu ego, claro...sempre ele! Também quis me exibir!

Eu queria descer mais que todos na sala, numa postura chamada trikonásana, essa aqui: 




Resultado, uma dor no quadril que persistiu por quase 8 meses. Não consultei nenhum médico, fiquei de ir a um osteopata, mas felizmente, seguindo a orientação da minha professora de anatomia para "consertar o estrago" a dor sumiu, e eu acredito que tenha aprendido a lição. Mas a história poderia ter sido diferente e eu poderia ter tido uma lesão mais grave!

Nunca uma articulação deve ser forçada durante a prática, nunca! Uma lesão em articulação é muitas vezes irreversível!

Como dizia minha professora: a articulação é branquinha, frágil, devemos usar nossos músculos que são vermelhos, fortes!

Enfim, espero que ninguém tenha que se machucar para aprender!

E a lição mais importante da yoga tá justamente nessa não necessidade de mostrar nada pra ninguém! Uma postura só deve ser feita se nos trouxer bem estar, e se esse bem estar existir essa será linda, ainda que seja uma postura super simples, ou que a gente esteja no primeiro estágio.

Invertida sobre a cabeça é coisa séria! Sem brincadeira, muito menos exibição!

Deixe seu ego na porta!!